quinta-feira, 29 de setembro de 2011

IFRS: Uma mudança na cultura Contábil Mundial

Implantadas pelo International Accounting Standards Committee (IASC), no início da primeira década do Século 21, como possível solução para a padronização da contabilidade no mundo globalizado, as IFRS (International Financial Reporting Standards) estão muito distantes da unanimidade. Quem pensa que o IASC tem poucos anos de atuação no mercado, está completamente enganado. Ele foi criado em 1973 por órgãos contábeis de dez países – Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Holanda, Irlanda, Japão, México e Reino Unido – com o objetivo de ter, de forma independente, um novo padrão contábil internacional.

Cada dia, as IFRS vão se ajustando ao mercado. Atualmente, já temos oito atualizações, que passam pelo processo inicial de adoção das Normas Internacionais de Contabilidade, Pagamentos Baseados em ações, combinações de empresas, contratos de seguros, ativos não circulantes mantidos para venda e operações descontinuadas, exploração e avaliação de recursos minerais, instrumentos financeiros e, por último, segmentos operacionais.

Distintos indicadores, estudos e especialistas atestam essa realidade. É o caso de Andrea Cilloni, professor da Universidade de Parma/Itália, convidado para proferir palestra sobre o tema na Trevisan Escola de Negócios, onde afirmou que as novas normas internacionais de contabilidade são adotadas por apenas 20% das empresas européias. Motivo: sua relação custo-benefício não é boa para as pequenas e médias empresas as quais entendem como um "custo desnecessário".

De fato, o padrão internacional deve ser aplicado apenas se o objetivo for reduzir o custo de capital para o investidor, o que se aplica em geral às grandes empresas de capital aberto. O que tem acontecido é uma adaptação das normas internacionais para os princípios locais, e não uma adoção pura e simples.

Toda essa questão também está permeada por fortes influências políticas, que afetam a sua aplicação, em detrimento de conceitos estritamente técnicos. Tudo está relacionado à disputa de poder entre Europa e Estados Unidos, muito mais do que exatamente a um padrão de excelência técnica dos princípios contábeis.

Essa falta de unanimidade global, reforçada pelo fato de norte-americanos e japoneses não terem adotado as normas, parece manifestar-se também no Brasil, onde o padrão internacional de contabilidade ainda não atingiu o propósito de facilitar a comparação entre empresas de diferentes nacionalidades.

O estudo, apresentado pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e realizado com grandes empresas com ações na Bolsa de Valores, mostra que somente 24% dos profissionais de relações com investidores acreditam que as demonstrações financeiras ficaram mais facilmente comparáveis entre os países, competidores e indústrias a partir da adoção das IFRS. Sessenta opor cento não têm opinião sobre o assunto e 16% não acreditam que a comparação ficou mais fácil. Cerca de 40% das empresas responderam que ainda é cedo para avaliar se a adoção das normas melhorou o acesso a linhas de crédito internacional, aumentou a geração de negócios ou reduziu o custo de capital. Contudo, 58% dos profissionais entrevistados enfatizaram a ampliação da transparência nas demonstrações financeiras como fator positivo percebido pelo mercado.

Como se percebe, o tema ainda é bastante controverso. Está muito claro que ainda haverá de se percorrer um longo caminho para a padronização de normas mundiais da contabilidade. Até lá, faça sempre a conta certa, tendo como premissas a consciência de que a boa contabilidade e a atualização de seus profissionais são o grande alicerce de empresas saudáveis e o parâmetro ético para a gestão das organizações públicas e privadas.

Autor: Adão de Matos Junior é diretor de operações da Trevisan Outsourcing – filial Minas Gerais

Comentários:

As IFRS são de fato um processo de mudança quem vem caminhando aqui no Brasil a passos razoavelmente rápidos.

Com certeza, essas mudanças não fáceis de ser implantadas, uma vez que exige uma grande mudança de cultura organizacional no que diz respeito a essa nova forma de fazer Contabilidade.

Contundo, acredito que seja questão de tempo para que todas as organizações brasileiras, sejam elas de grande ou pequeno porte, estejam aderindo a essas novas práticas contábeis, tendo em vista o grande esforço na busca por essa adoção, dos Conselhos Federais e Regionais de Contabilidade, Comissão de Valores Mobiliários, Comitê de Pronunciamentos Contábeis e os demais órgãos ligados a classe contábil brasileira.

Geneflides Torres Coelho

Administrador do Portal Ciências Contábeis Acadêmica

Mensagem Dia do Contador - Comunicação CFC

Neste Dia do Contador - 22 de setembro -, o Conselho Federal (CFC) e os 27 Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) se orgulham de possuir registros ativos de quase 300 mil contadores no País. Uma das maiores categorias profissionais brasileiras, há hoje 161.075 homens e 129.647 mulheres que abraçaram esta profissão de crescente prestígio no Brasil e no mundo.

Ao lado dos técnicos em contabilidade, os contadores somam atualmente quase meio milhão de contabilistas (489.794), designação que engloba os profissionais de nível técnico e os de nível superior.

Recordando aspectos históricos, a data comemorativa ao Dia do Contador faz alusão à assinatura do Decreto-Lei nº 7.988, de 22 de setembro de 1945, que instituiu o ensino de Contabilidade em nível superior no território nacional. Poucos meses depois da criação do curso de Bacharel em Ciências Contábeis, foi publicado o Decreto-Lei nº 9.295, em 27 de maio de 1946, criando o Conselho Federal de Contabilidade e definindo as atribuições do Contador e do Guarda-livros - profissional que posteriormente passou a ser designado Técnico em Contabilidade.

Decorridos 65 anos da regulamentação da profissão, os contadores hoje atuam em mercado de trabalho bastante sofisticado, com atribuições cada vez mais complexas, exigindo domínio de conteúdos multidisciplinares e a incorporação de conhecimentos há alguns anos inexistentes na realidade da profissão, como o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), o Extensible Business Reporting Language (XBRL), o International Financial Reporting Standards (IFRS) e outros.

Além desses motivos a comemorar, o Brasil mereceu, recentemente, o reconhecimento dos normatizadores da área contábil da América Latina e do Caribe, que incumbiram o CFC de presidir o Grupo Latinoamericano de Emisores de Normas de Información Financiera (Glenif), entidade criada oficialmente um junho deste ano.

Os contadores brasileiros, que no seu dia-a-dia tanto se dedicam a prestar relevantes serviços profissionais, contribuindo, decisivamente, para o crescimento sócio-econômico do País, para a crescente valorização da profissão contábil e para o prestígio político da Classe, são credores de muitos méritos a serem comemorados.

Parabéns, Contadores brasileiros!

Juarez Domingues Carneiro

Presidente do CFC

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

“A importância do Demonstrativo de Fluxo de Caixa para saúde Financeira das Empresas”.

Em um contexto econômico globalizado e cada vez mais exigente por parte dos consumidores finais, onde a concorrência de mercado é bastante acirrada, as empresas devem ter um cuidado constante no que diz respeito a maneira mais eficiente de gerir seus recursos financeiros, não sendo permitidos improvisos ou previsões superficiais sobre o que fazer com os mesmos.
Uma boa gestão dos recursos financeiros leva a empresa a reduzir consideravelmente a necessidade de adquirir recursos de terceiros, bem como proporciona maiores lucros através da redução de despesas desnecessárias.
O instrumento mais adequado para esse tipo de gestão é o Demonstrativo de Fluxo de Caixa, pois ele é o responsável pelos controles das entradas e saídas de numerários, objetivando a otimização do monitoramento da evolução do equilíbrio ou desequilíbrio desses fluxos em determinado período, proporcionando aos administradores financeiros informações que os levem a tomar as melhores decisões que possibilitem assegurar a disponibilidade de recursos para o pleno atendimento das reais necessidades financeiras da empresa em seu dia a dia.
O controle dos dados de fluxo de caixa tem com base, as informações diárias registradas em documentos internos provenientes do setor financeiro e abrangem as seguintes movimentações: Financeira; Pessoal; Controle de maquinas, veículos e equipamentos de uso permanente; Estoques, insumos e demais materiais usados na produção (no caso de indústrias) e etc.  
É importante salientar que a elaboração dos fluxos de caixa deve ser feita em parceria com os demais departamentos estratégicos da empresa, tais como os setores de: vendas, produção, custos e pessoal. Todos esses departamentos são de extrema importância no sentido de serem colaboradores para que os recursos que a empresa dispõe sejam utilizados de forma a evitar custos e despesas excessivas, bem como buscar as maiores receitas para as suas atividades. Portanto, a comunicação entre esses departamentos deve ser constante, tendo em vista um bom gerenciamento dessas disponibilidades.
Um fator relevante para o estudo dos Fluxos de Caixa, diz respeito ao Custo de Capital que nada mais é do que o custo dos recursos financeiros próprios e/ou de terceiro utilizados pela empresa em seu ciclo operacional ou empreendimento. Todo investimento ou uso de capital merece uma criteriosa análise de viabilidade, buscando avaliar as diversas alternativas existentes perante o Custo de Capital. Essa análise de viabilidade é feita através de instrumentos financeiros de análise que observaram se é vantajoso ou não para a empresa utilizar capitais de terceiros. Será vantajoso para a empresa a utilização desses capitais se seu custo se apresentar inferior a taxa de retorno prevista. Portanto, o administrador financeiro deve ficar atento também a esse tipo de análise.     
Somente um Fluxo de Caixa bem otimizado poderá dimensionar com segurança o capital de giro e proporcionar as empresas uma boa saúde financeira, tendo em vista sua permanência no mercado, satisfazendo clientes, fornecedores, colaboradores e os demais agentes envolvidos no processo organizacional.
Autor: Geneflides Torres Coelho
Cursando: 8º período do Curso de Bacharel em Ciências Contábeis - UVA
Cursando: MBA em Auditoria e Controladoria - FAMETRO  

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Os contabilistas e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional


A busca entre equilíbrio pessoal e profissional é um dos maiores desafios individuais. Qualquer pessoa, em qualquer profissão está sujeita a perder o equilíbrio entre vida pessoal e profissional em alguma fase da sua vida.

Para um grupo de profissionais, os contabilistas, esse equilíbrio tem se tornado um desafio ainda maior, quando se pensa na enorme carga de novas responsabilidades e exigências que esses profissionais acumularam nos últimos anos face às mudanças contábeis e fiscais para as empresas em que atuam.

Diante disso, é possível para o contabilista equilibrar adequadamente a vida profissional e pessoal? Sim é possível, mas nem sempre é uma tarefa fácil. Primeiramente, o profissional pode começar por estabelecer limites na sua rotina de trabalho e assumir responsabilidades que possam encaixar-se com sobra de tempo dentro dela. É claro que em alguns momentos será necessário que o profissional aumente a carga de trabalho em horas de dedicação extra, mas isso deve se restringir a momentos de picos de trabalho e não transformar definitivamente a sua rotina de trabalho.

Grande parte do trabalho que é executado em extenuantes horas extraordinárias ocorre porque não houve uma programação de execução de tarefas que priorize aquelas mais importantes e complexas para o início da rotina, onde normalmente o profissional tem melhor desempenho. Interrupções frequentes na jornada de trabalho para atendimento de telefonemas frequentes, reuniões desnecessárias, respostas de e-mails e intermináveis conversas em programas de comunicação instantânea tem um papel decisivo para determinar quantas horas extraordinárias serão necessárias ao profissional para atender a sua Demanda de serviço. Assim, será prudente que o contabilista saiba limitar essas interrupções ao longo do dia.

Outro fator influenciador na rotina do profissional contábil é a necessidade frequente de atualização e acompanhamento das mudanças da legislação. Nesse respeito, muitos profissionais comentem o erro de não focar sua especialização em um, dois ou no máximo três áreas relevantes e assim diminuir em muito a necessidade de tantas atualizações. Buscar qualificação em todos os assuntos que a profissão contábil está relacionada gerará frustração pela impossibilidade de acompanhamento e incapacidade de ser referencia em alguns temas importantes ao profissional contábil da atualidade. Ainda que possamos ter uma visão generalista dos diversos temas correlacionados com a contabilidade, um contabilista não tem a obrigação de dominar todos eles.

Mas é possível equilibrar a vida profissional e pessoal? É possível ser bem sucedido em ambas? Por anos tenho confrontado as pessoas nas palestras que ministro com essas perguntas. O feedback recebido mostra que não raro, os profissionais tem enfrentado dificuldades nisso. Para os que estão plenamente focados na busca do sucesso profissional enfatizo que ele não compensa o fracasso pessoal. Lembro-me de uma cena com um cliente que passava por sérios problemas financeiros e que sempre se dedicou prioritariamente à empresa da família. Nesse momento difícil de sua vida profissional ele decidiu viajar com a família e ao chamar um dos filhos ouviu: “Pai, você me deixou de lado a vida inteira e agora que a empresa está quebrando você quer viajemos juntos? Agora é tarde”. As empresas, clientes, Serviços que executamos e os problemas que temos a resolver sempre passarão, mas junto com isso passarão o tempo e momentos pessoais e familiares, portanto pense antes de perder esses momentos insubstituíveis que nunca mais se repetirão.

Autor: Anderson Hernandes